Orientações para retomada do rastreamento de câncer no Brasil

A flexibilização das medidas de isolamento social em diferentes regiões do país possibilitou a volta do rastreamento de câncer de mama nos hospitais e unidades de saúde. O procedimento é feito em indivíduos assintomáticos com o objetivo da detecção precoce da doença. Com a pandemia da Covid-19, houve uma queda de atendimentos pela necessidade de priorização do vírus, além do medo da população pela contaminação. Para a Sociedade Brasileira de Mastologia, a volta da realização do rastreamento através da mamografia é importante, visto que a técnica é capaz de reduzir o risco do câncer de mama em estágio avançado aumentando as chances de cura, mas ressalta que as pacientes devem redobrar os cuidados no cotidiano para evitar contrair a Covid.

Pacientes com resultados de testes de rastreamento anormais prévios à pandemia devem ser localizados, inclusive por busca ativa, e priorizados para confirmação de diagnóstico. No caso da presença de sinais ou sintomas de câncer, um profissional ou serviço de saúde deve ser consultado imediatamente com prioridade com relação às consultas para fins de rastreamento.

Para evitar o contágio no deslocamento para a realização da mamografia, a recomendação é evitar aglomeração mantendo 1 metro de distância, uso de máscaras que cubram nariz e boca, cuidados de higiene das mãos, além de realizar limpeza frequente dos ambientes de consultórios e clínicas, mesmo na vigência do isolamento social.

Nesse sentido, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou as seguintes recomendações que devem ser observadas:

1 – De forma geral as consultas devem ser agendadas previamente, seguindo as indicações de periodicidade e faixa-etária;

2 – Os usuários devem ser reorientados a reagendar a consulta caso estejam com sinais e sintomas suspeitos de Covid-19;

3 – Os usuários devem ser triados para sinais e sintomas relacionados à Covid-19 antes de chegarem à sala de espera para o atendimento;

4 – O distanciamento físico deve ser estimulado, organizado e monitorado por profissionais da unidade de saúde treinados, para evitar aglomerações nas salas de espera e nas áreas de atendimento;

5 – Deve haver limitação para entrada de acompanhantes na unidade de saúde;

6 – O ambiente, as superfícies e os equipamentos deverão ser desinfetados e limpos regularmente;

7 – Usuários e profissionais de saúde devem usar máscara facial e lavar frequentemente as mãos;

8 – Profissionais de saúde devem utilizar equipamento de proteção individual (EPI) segundo orientação específica.

9 – As unidades de saúde devem agendar consultas de seguimento, evitando idas desnecessárias das usuárias às unidades de saúde para fins de marcação de novas consultas.

É importante ressaltar que pela heterogeneidade da situação da pandemia por Covid-19 no Brasil, não é possível adotar uma recomendação única a esse respeito. Como regra geral, é recomendável que ao considerar o retorno das ações de rastreamento os gestores de saúde levem em conta indicadores locais a respeito de incidência de Covid-19, disponibilidade de testes para confirmação da infecção, mortalidade pela doença, disponibilidade de leitos de terapia intensiva e letalidade dos casos de Covid-19.

Fonte: SBM/INCA

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